RELÓGIO

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Em que consiste a Teoria dos dois Mundos defendida por Platão.

 Platão
Platão aprofunda-lhe a teoria e procura determinar a relação entre o conceito e a realidade fazendo deste problema o ponto de partida da sua filosofia. Para ele o conhecimento certo deve ser adequado à realidade do homem. Para Platão são realidades objetivas, que tem sentido para o homem. Assim a ideia de homem é o homem perfeito e universal de que os indivíduos humanos são apenas imitações. O homem para Platão era dividido em corpo e alma. O corpo era a matéria e a alma era o que não tem a natureza da matéria e o divino que o homem possuía. Enquanto o corpo está em constante mudança de aparência, a alma não muda nunca. Desde quando nascemos, temos a alma perfeita, porém não sabemos. As verdades essenciais estão inscritas na alma eternamente, porém, ao nascermos, nós as esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo. Com base nas ideias de Sócrates, de quem Platão aproveita a noção de logos, ele cria a teoria platônica e a distinção dos mundos sensíveis e inteligíveis ou mundo das ideias, destaca-se como o cerne do pensamento platônico e se encontra explicitada no famoso “Mito” da Caverna. Platão afirma haver dois mundos diferentes e separados: o mundo sensível, dos fenômenos e acessível aos sentidos; e o mundo das ideias gerais inteligível, das essências imutáveis, que o homem atinge pela contemplação e pela depuração dos enganos dos sentidos. Ele acreditava que a alma depois da morte reencarnava em outro corpo, mas a alma que se ocupava com a filosofia e com o Bem, esta era privilegiada com a morte do corpo. A ela era concedida o privilégio de passar o resto dos seus tempos em companhia dos deuses. Por meio da relação de sua alma com a Alma do Mundo, o homem tem acesso ao mundo das Ideias e aspira ao conhecimento e às ideias do Bem e da Justiça. O sistema metafísico de Platão centraliza-se e culmina no mundo divino das ideias; e se contrapõe a matéria obscura. O mundo material, o cosmos platônico, resulta da síntese de dois princípios opostos, as ideias e a matéria. O Demiurgo plasma o caos da matéria no modelo das ideias eternas, introduzindo no caos a alma, princípio de movimento e de ordem. O mundo, pois, está entre o ser (ideia) e o não ser (matéria), e é o devir ordenado, como o adequado conhecimento sensível está entre o saber e o não saber, e é a opinião verdadeira. O dualismo dos elementos constitutivos do mundo material resulta do ser e do não ser, da ordem e da desordem, do bem e do mal, que aparecem no mundo. Da ideia - ser, verdade, depende tudo quanto há de positivo, de racional no vir-a-ser da experiência. Da matéria - indeterminada, informe, mutável, irracional, passiva, espacial - depende, ao contrário, tudo que há de negativo na experiência. A teoria apresentada por Platão, embora tenha deixado algumas perguntas em aberto e algumas respostas ainda hoje não totalmente compreendidas é, sem dúvida, um grande marco para a Filosofia.
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Um comentário:

  1. Na teoria das idéias Platão explica:
    Por exemplo, o que faz com que determinada árvore seja ela mesma desde o estágio de semente até morrer, e o que faz com que ela seja tão árvore quanto outra de outra espécie, com características tão diferentes? Há aqui uma mudança, tanto da árvore em relação a si mesma (com o passar do tempo ela cresce) quanto da árvore em relação a outra. Para Heráclito, a árvore está sempre mudando e nunca é a mesma, e para Parmênides, ela nunca muda, é sempre a mesma e sua mudança é uma ilusão .

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