O “método
pedagogizador” se resume a instruir, reproduzir um tipo de conhecimento que não
é relevante para as reais necessidades do aluno, onde reproduz o conhecimento,
aplica técnicas a um sujeito, o aluno, tratado meramente como objeto a ser
conhecido e treinado para atender as exigências do mercado. Esse modelo tem
sido um dos maiores desafios contemporâneos e seus críticos buscam
superá-lo o estilo pedagogizador da educação. Para inverter o modelo de
educação pautado pelo estilo pedagogizador, torna-se necessário fazermos
propostas para uma educação mais consistente e comprometida com uma efetiva
emancipação do sujeito. Assim para que uma educação seja eficiente, acredita
que uma teoria de ação unida com a prática pedagógica, é a restrição à
aplicação de técnicas a um sujeito, o aluno, tratado como objeto a ser
conhecido e treinado pode contribuir para um pensar crítico em prol de uma
educação voltada para a formação do sujeito emancipado, sensível e ético. Além
disso, podem abrir novos perspectivos para a educação que possa fazer aparecer
nos sujeitos a capacidade de questionar o sistema de normas que vigora na
sociedade em questão. Assim a teoria de ação comunicativa, pode-se
conceber o espaço da escola, como o lugar de exercitar a intersubjetividade
entre o aluno, professor, escola, família e comunidade, com o intuito de
discutir a direção da sociedade. A partir desse momento os indivíduos percebem
como sujeito e atores sociais, onde o mesmo poderá pensar que a sociedade pode
ser de outra maneira e que as pessoas podem agir de maneira diferente sobre os
problemas da sociedade lhe impõe e juntos buscar chegar ao consenso em torno dos interesses
comuns. O modelo de educação calcado na
intersubjetividade conciliação de dois mundos – o do sistema e o da vida é o
mais apto para a construção de pessoas realmente esclarecidas, criativas e
autônomas. A prática da intersubjetividade entende-se a comunicação das
consciências individuais, umas com outras, efetuando-se sob o fundo da
reciprocidade. O mundo do sistema e o mundo da vida, onde a teoria e a prática
estão interligadas através de ações concretas, numa dinâmica comunicativa entre
os atores envolvidos visando novas racionalidades. Uma educação guiada pela
intersubjetividade tem em vista a valorização social, política, econômica e
ética. Assim, a prática da intersubjetividade no campo da educação super
o modelo “pedagogizador” ao produzir indivíduos mais livres, autônomos, capazes
de avaliar seus atos à luz das normas sociais legítimas e legitimadas pelos
processos jurídicos e políticos, usando suas próprias cabeças, e tendo
propósitos lúcidos e sinceros, abertos à crítica.
.
O método pedagogizador e a prática educacional voltada para intersubjetividade.
ResponderExcluirEtimologicamente, a palavra sujeito é de origem latina sub-jectum e significa estar submetido. Mas o significado que esse termo possui na filosofia moderna, em vez de significar subordinação ou passividade, está ligada ao ativo, a atividade de sustentação. "O sujeito torna-se, então, aquele que se sustenta ele mesmo na existência. Existir como sujeito significa, assim, que não preciso referir-me a um outro ser, a uma outra existência para definir-me, para compreender-me, para justificar o que eu sou".
Na intersubjetividade as consciências se põem como consciência de si e consciência do outro. O diálogo é o movimento constitutivo da consciência, que é consciência do mundo que se busca a si mesma num mundo que é comum. Como o mundo é mundo das consciências intersubjetivas, a sua elaboração é colaboração.
A intersubjetividade é constitutiva, o sujeito não existe por si só, ele forma-se com o outro.
Se pensarmos na visão de Paulo Freire, para ele tanto quanto para Kant, o homem é construtor de si. A diferença é que para Kant o homem retira de si, da própria razão, os meios para se fazer homem, já para Freire é a ação dialógica feita no mundo com os outros que possibilita a própria construção.O Método Pedagogizador da intersubjetividade quer uma educação que vise formar para a autonomia, que envolva a experiência concreta aos projetos da razão. Por isso não pensa uma escola utópica, mas racional (cf. PHILONENKO, 1966, p. 53).
Para Freire a educação, o processo de aprendizagem e a própria relação do homem com o mundo devem ser dialógicas, o que permite a superação das contradições. O diálogo é constitutivo do sujeito que se faz intersubjetivamente. A educação que busca promover a autonomia do sujeito deve ser dialógica, para que o próprio sujeito refaça o mundo e se faça pela ação e reflexão. Deve ser uma educação ativa, baseada na experiência.
A educação não deve ser apenas treinamento, pois assim sendo, o homem dificilmente terá disposição para elaborar os próprios projetos. É preciso educar para a liberdade para que o ser humano possa propor o que há de propor livremente. É preciso educar para que o ser humano seja capaz de exercer racionalmente sua liberdade. Por isso educação é formação e muito mais que treinamento, envolve ética, estética, política, deve envolver o ser humano em sua totalidade.